Procedimentos para encaminhar adolescente às medidas de internação serão uniformizados

12 de junho de 2014

carlossarmentoA Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) vai uniformizar os procedimentos para encaminhar adolescente às medidas de internação e semiliberdade. O órgão do Tribunal de Justiça da Paraíba vai regulamentar as internações, no âmbito do Judiciário estadual de adolescentes em conflito com a lei. Essa conduta equivale a um crime. Diferente do acolhimento institucional, onde a criança ou adolescente é retirado de uma situação de risco ou vulnerabilidade social, seja das ruas ou da família, e levado par uma instituição, como medida protetiva.

Para tratar das medidas de internação e semiliberdade, o juiz corregedor auxiliar, Carlos Sarmento (foto), se reuniu com o coordenador da Infância e Juventude do TJPB e titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de João Pessoa, juiz Adhailton Lacet Correia Porto; com a juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude da Capital, Antonieta Maroja; com o juiz auxiliar da Infância e Juventude, Henrique Jácome; e com a presidente da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac), Sandra Marrocos, além de diretores das unidades de internação .

“Antes de editar um provimento que visa a regulamentação das internações, a Corregedoria ouviu segmentos que trabalham diretamente com essa questão. Com isso, conseguimos subsídios para a edição de um provimento”, comentou Carlos Sarmento. O juiz corregedor destacou que um dos pontos fortes da reunião foram as opções de uma melhor comunicação entre o Judiciário e a Fundac, a fim de otimizar a colocação desses jovens nas instituições e viabilizar uma melhor fiscalização através do Juízo da Execução de Medidas Socioeducativas em meio fechado.

Segundo o coordenador da Infância e Juventude, o encontro de trabalho foi muito importante e antecede uma medida que vai beneficiar os magistrados que tratam com a matéria. “Todos os envolvidos tiveram uma participação efetiva nos debates. Logo que sair a regulamentação da Corregedoria, temos o papel de divulga-lo aos juízes competentes para seu devido cumprimento”, destacou Adhailton Lacet.

A juíza Antonieta Maroja também avaliou o encontro de forma muito positiva. Pois, segundo ela, as discussões foram sob o ângulo do Judiciário, que encaminha os jovens, e do Estado, que é responsável pela governança da medida. “Certamente, a reunião serviu para a elaboração de um provimento que vai atender melhor às necessidades dos magistrados e servidores, no tocante aos procedimentos para encaminhar esses meninos e meninas ao cumprimento de medidas socioeducativas em meio fechado”.

Dificuldades – Uma das principais dificuldades dessa área, conforme a juíza Antonieta Maroja, está relacionada aos juízes das comarcas onde não existe instituição educacional de internação. A magistrada esclareceu que eles têm problemas com alguns obstáculos impostos pelos juízes das varas de Execução de Medida Socioeducativa e com a Fundac, que é o órgão estadual gestor dessas medidas. “Além disso, com a falta de esclarecimentos acerca da matéria, muitas vezes são cometidos equívocos acerca de prazos e procedimentos, dificultando a fiscalização pelo juiz da Execução”, disse.

Por Fernando Patriota