Acusado de roubo, o rapaz João* (17 anos) começou a cumprir a medida socioeducativa de internação há pouco tempo no Lar do Garoto ‘Padre Otávio Santos’, situado no município de Lagoa Seca (Comarca de Campina Grande). Para ajudar a passar o tempo, estuda e faz alguns artesanatos em papel – quadrinhos onde revela a humanidade que, tantas vezes, também lhe é roubada. “Quero muito um emprego. Meu primeiro emprego”, desabafou.
O garoto é um dos 29 adolescentes internos atualmente na instituição de internação, que recebe adolescentes de 13 a 18 anos encaminhados pela Justiça, oriundos de 83 municípios da região. As condições de cumprimento da medida, o tratamento dado aos jovens e a situação estrutural foram alguns aspectos observados pela Corregedoria Geral de Justiça da Paraíba na manhã desta quarta-feira (10), durante inspeção no local.
As dificuldades, principalmente em relação à estrutura física, foram apresentadas ao corregedor-geral de Justiça, desembargador Fred Coutinho, aos juízes corregedores Aparecida Gadelha e Antônio Silveira Neto, e ao juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, Perilo Lucena.
“Entendemos as dificuldades e estamos aqui para buscar melhorias para o sistema. Só conhece a realidade quem trabalha no local. De nossa parte, podem contar conosco, que apresentaremos todas as demandas verificadas ao Governo do Estado, por meio de um relatório”, disse o corregedor Fred Coutinho.
Na ocasião, o diretor da unidade, Márcio de Oliveira Brandão, explicou aos presentes a rotina dos internos. “Eles vão à sala de aula pela manhã, dentro do ciclo de ensino de cada um, por meio de uma escola que funciona de maneira regular dentro da unidade. À tarde, participam de oficinas e, também, de atividades esportivas. Contam, ainda, com equipe de psicólogo, assistente social, pedagogo, que atuam cotidianamente”, informou.
Por Gabriela Parente