“Amarelo é minha cor preferida” – disse a menininha entusiasmada com seus vários lápis de cor, se preparando para a tarefa escolar. A vida, no entanto, pintou de cinza muitos dos seus dias, o que a levou a ter que se afastar da família, por força de uma decisão judicial, e ser colocada na Casa de Acolhimento de Santa Rita. Em contrapartida, a unidade vem trabalhando para provê-la de seus direitos fundamentais, devolvendo-lhe, também, o colorido da infância.
Os serviços da Casa de Acolhimento foram verificados nessa terça-feira (9) pelos juízes corregedores Carlos Neves, Aparecida Gadelha e Antônio Carneiro, por ocasião da correição que vem sendo realizada na Comarca. O local conta, hoje, com 16 acolhidos, sendo oito crianças e oito adolescentes.
Durante a visita, os corregedores dialogaram com a Direção da Casa sobre a situação dos acolhimentos, a atuação da equipe técnica, as providências relacionadas à profissionalização dos jovens e a relação com o Poder Judiciário.
Para a diretora da Casa, Solange da Silva Monteiro, um dos problemas enfrentados ainda é o estigma. “As pessoas pensam que os acolhidos fizeram algo de errado ou cometeram alguma infração. Falta a consciência de que, na verdade, os direitos deles é que foram violados”, pontuou.
O fortalecimento da relação com a Justiça local também foi incentivado pelos juízes corregedores e visto com bons olhos pela diretora. “É muito saber deste apoio que os senhores e a Vara podem nos oferecer”, disse.
Por Gabriela Parente